quinta-feira, 10 de fevereiro de 2011

Olhos longos

A intensidade é azul tão quanto
seus olhos jogados na areia de
uma deserta praia em um planeta
distante , quero longitude

Sorrisos abertos esperando o beijo
apenas para sentir os lábios tocarem-se
doce aventura pena que por mais
fugaz torna-se secreta

Sendo assim é platônica na intenção
e teórica nos sentimentos
tudo igual a verdade dos seus olhos
que vislumbram outra direção.

quarta-feira, 9 de fevereiro de 2011

Mãos revolucionárias

Mãos à espera para se entrecruzarem..
tolas na busca pela união , vã espera.
Ansiedade na escuridão onde a falta é
um tema e não um anseio.

Fugacidade nos sorrisos falsos
e viva a insensatez que estraga
"belos" momentos com um colorido,
um quê de superioridade

Mais ou menos.Quero palma sobre palma e não entrelaçar , não anormal.Cansei do sofrimento pelo ser comum.

Tênue linha finda

Vozes ecoando em uma noite
escura e sem fim
sou uma vagante andarilha
em busca de algo nesse ínterim

Sou a alma roubada de um
corpo jogado nas brumas
perdida há décadas na
tênue linha entre fim e universo

Sou bem e mal.Sou tudo isso e mais alma

terça-feira, 8 de fevereiro de 2011

Mundo foice

A morte travestida de mendigo como uma bomba relógio pronta a explodir a qualquer minuto carrega nas costas o peso da vitória sobre as pessoas.A vulnerabilidade a que somos expostos é a marca de que nossos esforços para a "normalidade" são tentativas vãs.Niilismo é a base de um pensamento que contradiz o normal mas que contradizendo diz a verdade.
Auto-aversão: definição de uma pessoa a procura de uma identidade mesmo que contrarie padrões e instale dúvidas.Esta busca é sempre acompanhada pela morte que a qualquer desvio rouba , suga , nossa alma.Vivemos sempre a mercê da foice que trará o fim do sofrimento nosso e alheio.

(des)complicações

Portas se abrem e ouço passos.Estes acabam dando pra mesma sala onde me encontro na mesma casa. Olhos se encontram repentinamente e logo são desviados.
Aquele "oi" ficou perdido no ar como a relação paternal que um dia poderia ter acontecido.Olhares que nunca se encontraram e braços que nunca se procuraram .
Afastamento , tão querido, é cada vez maior e fica como um vácuo perdido no meio de uma casa perdida na rua ... como tantas outras .
A porta se fecha. Adeus , novamente perdido.O coração nem acelera mais e as lágrimas , já secas, não caem no rosto lividamente tenso . Com a voz embargada tenta ao menos um grunhido e os sons lamentáveis são soluços.
Ela sabe que nunca haverá nada. Nunca existiu...

...

A beleza do silêncio nos lábios polpudos e carnais de você.Seus movimentos caminham em direção ao êxtase que junto , ao meu , vivemos em júbilo.Quando andamos partilhamos nossos sentimentos , unidos.

Alguém falou , o instante quebrou-se e o momento nunca mais virá.

flor seca

Chuva caindo e tudo demonstra ser como deveria com a neblina boqueando a visão e as pequenas gotas de chuva caindo sobre meus olhos. Cadê a verdade que eu procurei cambaleante nos lugares onde procurei?
Quis inventar um próprio eu que a cada momento percebi que não existia.Falsidade ideológica dos meus atos.
A chuva continua caindo e escorre pelo meu corpo nu jogado na relva ainda borbulhante e energia vital. Queria transportar esta força pros meus atos febris que tentam , ao mínimo, me transportar para uma existência melhor , ou pelo menos , diferente.
Murchei pois é outono e deixei minhas folhas vazias circundarem um planeta para perceberam que os cacos de mim nunca mais serão juntos ou milimetricamente colados suas partes não se ligarão.Sou o oposto da alegria e monotonia . Paradoxo ou aversão a normalidade?